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Trump pode demitir diretora do Fed? Confira o que está em jogo

A demissão de Lisa Cook pelo presidente Donald Trump gera debates sobre a legalidade do ato e o controle do Legislativo sobre agências independentes. Especialistas questionam a justificativa apresentada e as implicações que uma possível ação judicial pode ter para o Federal Reserve.

Trump demite Lisa Cook, diretora do Federal Reserve, através de carta publicada nas redes sociais. A demissão marca um novo capítulo em seus esforços para remodelar a instituição.

O presidente afirma que "o povo americano precisa ter plena confiança" na honestidade dos membros do Fed. Cook contestou a demissão, alegando que não possui amparo legal e não pretende renunciar.

O Congresso limitou o poder do presidente para demitir funcionários do Fed, permitindo a remoção apenas por "justa causa", geralmente entendida como má conduta grave.

Trump justificou a demissão com **acusações** de fraude hipotecária contra Cook. O diretor de habitação, Bill Pulte, informou que o caso foi encaminhado ao Departamento de Justiça, embora Cook não tenha sido acusada de nenhum crime.

Especialistas jurídicos levantam dúvidas sobre a validade da demissão e a justificativa apresentada. Cook pode processar para manter seu cargo, e um juiz decidirá se há evidências para a "justa causa".

Se um juiz permitir que Cook permaneça em seu cargo durante a disputa legal, o governo Trump pode recorrer ao Supremo Tribunal.

Um precedente de 90 anos indica que o Congresso protege líderes de agências independentes, dificultando demissões. Trump considera essa proteção um controle inconstitucional e defende que deve ter liberdade para remover funcionários.

O caso Humphrey's Executor estabeleceu que comissários poderiam ser removidos apenas por ineficiência, negligência ou má conduta. Apesar disso, Roosevelt demitiu um comissário com justificativa política, e o tribunal decidiu que a demissão foi ilegal.

Recentemente, o Supremo pareceu preparar o terreno para anular esse precedente em casos relacionados à Agência de Proteção Financeira. O presidente da Corte, John Roberts, indicou que a supervisão e demissão de agentes executivos pertence ao presidente.

No entanto, o Supremo Tribunal reconhece a singularidade do Federal Reserve como uma entidade quase privada. Apesar das permissões de demissões em outros contextos, seu status no governo é tratado como distinto e protegido.

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