Trump quer usar Fed para reduzir custo da dívida dos EUA. Economistas dizem por que é uma péssima ideia
Trump intensifica sua pressão sobre o Federal Reserve enquanto investidores temem que a política monetária seja usada para contornar a crescente dívida americana. A tentativa de destituir a diretora do Fed pode indicar uma busca por taxas de juros mais baixas, levantando preocupações sobre a integridade da política monetária.
Aumento da pressão sobre o Federal Reserve ocorre com os esforços do presidente americano Donald Trump para controlar a instituição, visando resolver a crescente dívida americana.
Trump declarou estar pronto para uma disputa legal para destituir a diretora do Fed, Lisa Cook, e busca uma "maioria" no conselho do banco. Isso pode permitir que ele pressione por taxas de juros mais baixas, alegando que isso economizaria "centenas de bilhões" para o país.
As causas do aumento dos custos da dívida incluem:
- Deficits orçamentários maiores;
- Juros mais altos.
A maioria dos economistas sugere que a solução envolve reduzir empréstimos com menor gasto e impostos mais altos, ao invés de pressionar o Fed por juros baixos. Essa estratégia pode provocar a dominância fiscal, onde a política monetária sofre pressões políticas, algo frequentemente associado a países emergentes.
Eric Leeper, professor de economia, alerta que "é a política fiscal que deve ser ajustada" para controlar a inflação. Ele critica a busca por juros mais baixos como uma forma de evitar ajustes fiscais:
- "Isto é dominância fiscal."
Apesar das preocupações, não há evidências de que o Fed tenha alterado suas decisões de taxas com base na situação fiscal dos EUA. O presidente do Fed, Jerome Powell, defende que as decisões monetárias devem ser baseadas em fundamentos econômicos e não nas necessidades fiscais.
O próximo resultado da pressão política pode acontecer quando Trump nomear seu sucessor para Powell. A administração atual busca influenciar os 12 bancos regionais do Fed e continuar a demanda por taxas de juros mais baixas.
Analistas, como George Saravelos, observam que os riscos de dominância fiscal estão crescendo, mesmo com o mercado permanecendo relativamente tranquilo. Os preços dos Treasuries de 30 anos e do dólar caíram, enquanto Trump continua sua tentativa de destituir Cook.
Gestores de fundos esperam que o próximo presidente do Fed possa adotar a flexibilização quantitativa ou o controle da curva de rendimentos visando aliviar a carga da dívida dos EUA.