Trump termina giro no Oriente Médio entre reveses e conflito de interesses
Embora tenha promovido acordos financeiros significativos, a viagem de Trump ao Oriente Médio levanta sérias preocupações sobre conflitos de interesses e a falta de avanços políticos na região. Sua abordagem amistosa com líderes controversos e ausência de soluções reais para a instabilidade têm gerado críticas e questionamentos.
Donald Trump encerra visita ao Oriente Médio com ganhos econômicos, mas saldo político é questionável.
A viagem de três dias, que incluiu Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, levantou preocupações sobre conflitos de interesse, pois a Trump Organization expandiu negócios na região.
Antes da viagem, os filhos de Trump estavam no Oriente Médio preparando acordos favoráveis à companhia, segundo o Washington Post.
Trump posou ao lado do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, acusado de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Ante as críticas, o presidente afirmou que sua atenção seria voltada a negócios, não política.
Entre os sucessos da viagem, destaca-se um acordo de venda de até 210 aeronaves da Boeing para a Qatar Airways. Trump pretendeu anunciar um total de acordos de US$ 1 trilhão, mas economistas consideram a quantia irreal.
A oposição criticou a aceitação de um presente, um avião estimado em US$ 400 milhões, do governo do Qatar, o que pode violar normas de conflitos de interesse.
O tratamento recebido foi extravagante, e Trump comentou que governos da região "estavam famintos por amor", em contrapartida ao estilo de seu antecessor, Joe Biden. Ele também alterou seu discurso, elogiando líderes que antes criticava.
Apesar da tentativa de atualizar os Acordos de Abraão, os sauditas deixaram claro que não haverá normalização com Israel sem um Estado palestino. A viagem também não trouxe avanços nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
Trump finalizou dizendo estar prestes a embarcar em um avião antigo, sem detalhar a situação das novas aeronaves prometidas.