Turquia entra em ebulição após prisão de rival de Erdogan; presos passam de mil
Protestos em toda a Turquia contra prisão de Imamoglu se intensificam mesmo com detenções em massa. Autoridades afirmam que 123 policiais foram feridos, enquanto o governo reafirma sua posição contra qualquer "perturbação da ordem pública".
Protestos na Turquia foram desencadeados pela detenção do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal rival do presidente Tayyip Erdogan. Desde o início dos protestos, há cinco dias, 1.133 pessoas foram detidas, conforme divulgado pelo ministro do Interior, Ali Yerlikaya.
A prisão de Imamoglu, ocorrida na última quarta-feira, gerou os maiores protestos em mais de uma década. Ele enfrenta acusações de corrupção que nega, e um tribunal decidiu mantê-lo preso até o julgamento.
Apesar da proibição de reuniões em muitas cidades, centenas de milhares de manifestantes participaram de atos pacíficos na quinta noite consecutiva. Até agora, 123 policiais foram feridos, e o governo promete não permitir “o terror nas ruas”.
Entre os detidos, estão nove jornalistas que cobriam os protestos. O Sindicato dos Jornalistas da Turquia relatou que um fotógrafo da Agence France Presse (AFP) também está entre os detidos.
O Partido Republicano do Povo (CHP), de Imamoglu, denunciou a prisão como politizada e antidemocrática, convocando novos protestos. Imamoglu chamou as acusações de “calúnias inimagináveis” e pediu manifestações em todo o país.
O presidente Erdogan rejeitou a ideia de que as investigações têm motivação política, defendendo a independência dos tribunais. Omer Celik, porta-voz do Partido AK, criticou o CHP, sugerindo que suas convocatórias de protesto visam desviar a atenção das falhas da oposição.