Turquia prende mais de mil em protestos inflamados contra prisão de opositor do presidente
Protestos em massa marcam a detenção do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, e a repressão do governo turco. Mais de 1.100 pessoas foram presas, incluindo jornalistas e defensores dos direitos humanos, enquanto manifestações se espalham por todo o país.
Protestos na Turquia marcam a maior onda de descontentamento em mais de uma década, após a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e rival de Recep Tayyip Erdogan.
Desde a detenção de Imamoglu, em 19 de julho, mais de 1.100 pessoas foram presas em manifestações em 55 das 81 províncias, com detidos incluindo jornalistas e advogados.
Imamoglu, de 53 anos, foi escolhido como candidato à presidência pelo Partido Republicano do Povo (CHP) e é visto como um forte opositor a Erdogan nas eleições de 2028.
Acusado de corrupção e removido do cargo, ele descreveu o processo como uma “execução política sem julgamento” e afirmou: “Vencerei esta guerra!”
Repressão e bloqueios em redes sociais também foram implementados. O Ministério do Interior confirmou a prisão de 1.133 pessoas por “atividades ilegais”, com a acusação de dano a “mesquitas e cemitérios”.
As autoridades tentaram bloquear mais de 700 contas de jornalistas e ativistas na plataforma X (antigo Twitter), gerando resistência da empresa.
A repressão foi criticada por Dilek Kaya Imamoglu, esposa do prefeito detido, que defendeu a liberdade de imprensa.
Imamoglu, que encerrou um domínio de 25 anos do partido de Erdogan ao ser eleito prefeito em 2019, é considerado uma figura estratégica na política turca.