UE adia retaliação contra EUA para incentivar negociações, anuncia presidente da Comissão Europeia
A prorrogação da suspensão das tarifas visa facilitar negociações em busca de um acordo comercial. A UE considera essencial encontrar uma solução negociada antes da nova data limite.
A União Europeia prorrogou até agosto a suspensão das tarifas de retaliação contra os Estados Unidos, visando um acordo comercial para evitar uma tarifa global de 30%, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Ela afirmou que os EUA enviaram uma carta com medidas que entrarão em vigor se não houver uma solução negociada. No entanto, a UE também está se preparando para possíveis respostas.
A suspensão das represálias, que expiraria na noite de segunda-feira, foi decidida para permitir a construção de um acordo comercial mais amplo. A UE já preparou tarifas sobre produtos americanos no valor de € 21 bilhões (R$ 136,8 bilhões) em resposta à tarifa de 25% imposta anteriormente por Donald Trump.
Von der Leyen reiterou que a UE "prefere uma solução negociada", utilizando o tempo até 1º de agosto para buscar esse objetivo.
Além disso, a escalada de tarifas por Trump, que afetará produtos da UE e do México, provocou reações na Europa, com potencial impacto em setores como automóveis, medicamentos e aeronaves.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a UE tem "as ferramentas" para se defender contra as novas tarifas, especialmente no setor de serviços, onde a Europa está em uma posição de força.
Trump justifica suas tarifas citando o superávit comercial da UE com os EUA, que chegou a € 50 bilhões em 2024. Contudo, este cenário se inverte quando se consideram apenas os serviços, revelando um déficit de € 150 bilhões da UE.
O ministro das Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, destacou que, se as negociações não resultarem em um acordo "justo", será necessário adotar medidas "decisivas" para proteger empregos e empresas na Europa.