UE deve isentar indústria pesada de pagar imposto de emissão de carbono de exportações
Nova proposta da Comissão Europeia busca isentar setores poluentes de taxas sobre emissões em exportações, visando proteger a competitividade da indústria local. Debate sobre a eficácia das metas climáticas da UE aumenta em meio a pressões por concessões à indústria e críticas ao uso de créditos internacionais de carbono.
A indústria pesada da União Europeia poderá solicitar compensação para exportações afetadas pelo novo imposto de carbono na fronteira do bloco.
A Comissão Europeia planeja isentar setores como aço, cimento e alumínio do pagamento pelas emissões de carbono de suas exportações. Essa medida busca equilibrar a competição com concorrentes estrangeiros.
O comissário de clima da UE, Wopke Hoekstra, ressaltou a necessidade de "redobrar esforços" para que as empresas cumpram as metas climáticas, evitando que as regras sejam prejudiciais para a competitividade.
A proposta inclui uma nova meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2040, em comparação com 1990. Contudo, alguns Estados-membros, como a França, exigem concessões para a indústria e mais reconhecimento da energia nuclear.
Bruxelas permitiu que 3% da meta de 2040 seja cumprida por créditos internacionais de carbono, embora haja advertências de que isso pode enfraquecer os esforços locais para redução de emissões.
Desde 2021, a indústria pesada clama por soluções relacionadas às exportações, após a introdução do mecanismo de ajuste de carbono na fronteira (CBAM). A nova proposta prevê reembolso às empresas por meio de licenças gratuitas de carbono.
A indústria de cimento alertou que, se o preço do carbono aumentar, isso poderá comprometer mais de 50% dos custos de produção.
Os detalhes das propostas devem ser finalizados até o fim do ano, conforme um alto funcionário da UE.
A meta de 2040 é essencial para guiar investimentos e reafirmar o compromisso da UE com suas metas climáticas, em meio à pressão política de grupos conservadores.
Mais de 150 empresas, como Iberdrola e Unilever, assinaram uma carta defendendo a continuidade das ambições climáticas da UE.