UE diz que decisão de Trump de congelar meios de comunicação públicos pode beneficiar adversários
Com o corte de financiamento da mídia estatal americana, a União Europeia alerta para o fortalecimento de narrativas adversárias. O desmantelamento da Voice of America pode deixar um vazio na luta contra a desinformação global.
A União Europeia (UE) alertou sobre os impactos do congelamento de financiamento à mídia americana, imposto pelo presidente Donald Trump, afirmando que isso pode "beneficiar adversários comuns".
A declaração surgiu após a demissão de funcionários da Voice of America (VOA) e outras emissoras.
Após um decreto de Trump para desmantelar a agência que supervisiona a VOA, centenas de funcionários foram colocados em licença remunerada e perderam acesso a e-mails e comunicações de trabalho.
A programação da VOA, principalmente produzida em Washington, afetou transmissões internacionais, levando algumas afiliadas a retransmitir apenas música.
A Comissão Europeia ressaltou a importância do jornalismo e da liberdade de imprensa, chamando a VOA de "farol de verdade".
A porta-voz da Comissão, Paula Pinho, mencionou que o congelamento do financiamento seria discutido em reunião de ministros da UE.
O CEO da RFE/RL, Stephen Capus, afirmou que o fim do financiamento beneficia inimigos da América, como Irã, China e Rússia.
Os esforços de Trump também buscam enfraquecer a imprensa, com críticas direcionadas à VOA e ações legais contra veículos de comunicação.
A VOA começou a transmitir em 1942 para combater propaganda nazista e, até recentemente, alcançava milhões de ouvintes fora dos EUA.
Trump já criticou a VOA em seu primeiro mandato, acusando-a de viés liberal e tomando medidas para alinhá-la à sua agenda.
O congelamento afetou ainda outras emissoras, como Radio Farda e Alhurra, enquanto países como Irã, China e Rússia intensificam investimentos em suas próprias mídias estatais.