UE responde a tarifas de Trump com retaliação de € 26 bi em produtos dos EUA
A União Europeia reage às tarifas elevadas dos Estados Unidos com um pacote de retaliações que afeta diversos setores. As novas tarifas, que entram em vigor em 1º de abril, visam produtos americanos e sinalizam uma intensificação da guerra comercial entre as duas potências.
União Europeia anunciou retaliações comerciais contra os Estados Unidos, impondo tarifas sobre € 26 bilhões (R$ 165 bilhões) em bens americanos.
A decisão é resposta ao aumento das tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados, considerado uma restrição comercial injustificada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
As contramedidas entrarão em vigor em 1º de abril e afetarão produtos industriais e agrícolas, incluindo:
- Metais
- Ferramentas domésticas
- Plásticos
- Bens de madeira
- Frango, carne bovina, frutos do mar
- Ovos, açúcar e vegetais
Além disso, tarifas sobre produtos como uísque bourbon, jeans e motocicletas Harley-Davidson serão reintroduzidas, seguindo medidas do primeiro mandato de Trump.
O governo francês sugere que as restrições podem ser ampliadas para serviços digitais e propriedade intelectual, caso a escalada comercial prossiga. Desde sua reeleição, Trump tem reforçado sua política comercial, sugerindo que a Europa deve assumir sua própria segurança.
As novas tarifas da UE visam estados republicanos, como Louisiana (soja), Kansas e Nebraska (carnes), e outros estados da produção agrícola.
Von der Leyen declarou que as tarifas são um "peso desnecessário" para as economias, defendendo um comércio transatlântico baseado na cooperação. A Câmara Americana de Comércio na UE criticou as tarifas, alertando sobre os impactos negativos na economia.
Enquanto a UE avança com as retaliações, o Reino Unido não se juntou imediatamente, com o primeiro-ministro Keir Starmer buscando uma abordagem pragmática.
A indústria siderúrgica europeia prevê perdas de até 3,7 milhões de toneladas em exportações para os EUA, representando 16% do total das exportações de aço da UE, de acordo com a Eurofer.
O comissário de Comércio da UE, Maros Šefčovič, tentou em vão negociar com o governo americano, enfatizando que a UE não era o problema.