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UE tenta proteger Airbus e montadoras em negociação comercial com os EUA, mas Ferrari deve ficar fora

Negociadores da UE buscam proteger setores estratégicos antes do aumento de tarifas sobre exportações para os EUA. Um acordo preliminar pode isentar aeronaves e algumas montadoras, mas a pressão para incluir mais setores persiste.

União Europeia está prestes a selar um acordo comercial com os Estados Unidos, visando proteger setores-chave contra tarifas agressivas que podem impactar suas exportações já em 1º de agosto.

A Comissão Europeia está finalizando um acordo preliminar para isentar aeronaves comerciais de tarifas, o que beneficiaria a Airbus. Exceções também poderão ser concedidas a montadoras de automóveis, especialmente germanas, como BMW e Mercedes-Benz.

Por outro lado, empresas como a Ferrari podem ser excluídas, pois a isenção deve atender somente a fabricantes com instalações nos EUA.

Os setores privilegiados, como bebidas alcoólicas, refletem o peso político de países-chave da UE e as áreas que os EUA querem proteger. Segundo o analista John Strickland, tarifas adicionais poderiam impactar gravemente a demanda pela Airbus.

A Airbus é referência na indústria aeronáutica e tem uma rede global de produção, permitindo que venda jatos fabricados localmente em mercados como EUA e China, ao contrário da Boeing, que só produz nos EUA.

O comissário europeu Stephane Sejourne enfatizou a necessidade de proteger a Airbus da "concorrência desleal" da Boeing. Não está claro quais isenções os EUA concederão à UE ainda.

No Paris Air Show, o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, sugeriu retomar termos do acordo de 1979, que isentava Aviões de tarifas.

Atualmente, as tarifas dos EUA abrangem € 380 bilhões (US$ 445 bilhões) em exportações europeias. A UE prevê um crescimento de apenas 1,1% este ano, impactada pela guerra comercial.

A UE precisa alcançar um acordo preliminar até 1º de agosto, ou tarifas sobre suas exportações podem subir para 50%. A pressão também se concentra em isenções para automóveis, onde fabricantes europeus, como Porsche e Ferrari, podem ser afetados.

A Mercedes está transferindo a produção do SUV GLC para o Alabama até 2027 e há discussões sobre um mecanismo de compensação para montadoras com fábricas nos EUA.

O chanceler Friedrich Merz apoia uma regra de compensação, mas Lars Klingbeil, ministro das Finanças da Alemanha, alertou que a UE tomará medidas para proteger sua economia se um acordo justo não for alcançado.

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