Último partido pró-democracia de Hong Kong anuncia que vai ser dissolvido
A dissolução da Liga dos Social-Democratas marca o fim de uma era de mobilização política em Hong Kong, refletindo o impacto severo da repressão imposta pela China. Com a saída da LSD, a oposição pró-democrática na cidade enfrenta um colapso total diante das crescentes pressões governamentais.
A Liga dos Social-Democratas (LSD) de Hong Kong anunciou sua dissolução em 29 de outubro, citando "imensa pressão política" desde a retomada do controle chinês sobre a cidade. Com isso, Hong Kong não terá mais presença formal de oposição pró-democracia.
A LSD é o terceiro grande partido de oposição a se desfazer em dois anos. Cofundada em 2006 pelo ex-legislador Leung Kwok-hung, a LSD tinha um histórico de protestos, sendo a última a realizar manifestações em 2023.
Desde a imposição da lei de segurança nacional pela China em 2020, as manifestações diminuíram. Esta lei puniu a subversão com prisão perpétua após os protestos em massa de 2019. Em 2024, o Artigo 23 foi aprovado, incluindo crimes como sedição e traição.
A presidente da LSD, Chan Po-ying, afirmou que o grupo "não teve escolha" e que considerou a segurança dos membros antes de decidir encerrar as atividades. "Passamos por dificuldades por causa de disputas internas e a prisão de quase todos os membros da liderança", informou Chan em coletiva.
Em fevereiro, o Partido Democrático, o maior da oposição, também anunciou sua dissolução, após receber avisos de Pequim sobre consequências graves, incluindo possíveis prisões.
O principal funcionário chinês para Hong Kong, Xia Baolong, reiterou a necessidade de proteger a segurança nacional, mencionando a persistência de elementos anti-China.
A LSD, conhecida por táticas agressivas e apoio ao sufrágio universal, viu várias lideranças presas. Leung, um dos fundadores, cumpre uma pena de seis anos e nove meses por conspiração para cometer subversão. Outros membros também enfrentaram reprimendas.
As leis de segurança têm gerado críticas de países como EUA e Grã-Bretanha, enquanto a China alega que restauraram a estabilidade, com 332 detenções até agora.