Um pé nos anos 1980 e os olhos em Lee Iacocca: a visão de Trump sobre tarifas
A retórica de Lee Iacocca na década de 1980 ecoa nas estratégias de Donald Trump contra a China. Ambos os líderes abordaram a proteção da indústria americana frente a desafios externos, destacando a importância do discurso populista em tempos de crise.
Retórica de Trump semelhante à de Lee Iacocca nos anos 1980
O cenário de desindustrialização nos EUA, descrito por Iacocca, ecoa a retórica de Donald Trump em campanhas eleitorais. O ex-CEO da Chrysler já alertava sobre a ameaça japonesa à indústria americana na década de 1980.
Em artigo no The Washington Post, Iacocca é mencionado como referência por Trump, que admiro sua abordagem. Na época, o Japão era visto como a principal ameaça à economia dos EUA.
Iacocca transformou uma perda de US$ 1,7 bilhão em 1980 em um lucro de US$ 2,4 bilhões em 1984, após um resgate federal. Ele se tornou um defensor do protecionismo e sua autobiografia ficou 88 semanas entre os best-sellers, superando o livro de Trump.
Uma curiosidade: a biografia de Iacocca tem um capítulo intitulado Tornando a América Grande Novamente, associado ao movimento MAGA de Trump. Ambos são considerados populistas, com potencial de competir em diferentes partidos.
Doron Levin, colunista, destaca que, assim como Trump, Iacocca era visto como uma solução para os problemas econômicos, quase com status de líder presidencial.
Hoje, enquanto Trump se preocupa com a China, a visão é semelhante à de Iacocca. Este também alertava sobre a ameaça chinesa e pedia cotas de importação. Após sua aposentadoria, Iacocca investiu em veículos elétricos, ajudando a popularizar tecnologias sustentáveis.