Uma breve história dos conclaves papais, entre fumaças brancas, intrigas e o cisma da Igreja Católica
Os conclaves papais, marcados por rituais e alucinações de poder, refletem a complexidade da história da Igreja e sua luta por identidade. Entre conflitos, renúncias e tentativas de reformas, a fumaça da Capela Sistina continua a ser um símbolo enigmático das decisões que moldam o futuro católico.
Capela Sistina em Silêncio: Milhares observam a chaminé enquanto uma coluna de fumaça sobe, simbolizando o poder e a história da Igreja.
Conclaves Marcantes: Historicamente, os conclaves são repletos de incidentes, como o de 1268, que durou quase três anos, resultando na morte de três cardeais.
Em 1287, seis cardeais morreram de malária durante uma eleição. Em 1294, Pietro del Morrone (Celestino 5°) renunciou, foi trancado e morreu isolado.
Cisma do Ocidente: Em 1378, a pressão levou à eleição de Urbano 6°, gerando um cisma com dois papas: um em Roma e outro em Avignon.
A unidade foi restaurada no Concílio de Constança (1414-1418), culminando na eleição de Martinho 5° e encerrando a divisão.
Renascimento e Intrigas: Em 1492, Rodrigo Borgia (Alexandre 6°) foi eleito, consolidando o poder papal através de campanhas de compra de votos.
Alexandre 6° morreu após um envenenamento acidental em 1503. Seu sucessor, Pio 3°, teve um pontificado breve de apenas 26 dias.
Interferências Externas: Em 1903, a intervenção do imperador Francisco José 1° levou à eleição de Pio 10°, pondo fim ao uso do ius exclusivae.
Fumaça do Conclave: A diferenciação entre fumaça branca (eleição concluída) e fumaça preta (decisão pendente) começou em 1914.
Ritual e Tradição: O conclave é um processo que protege a decisão do novo papa, resguardando a Igreja em tempos de tensão.
Durante séculos, a fumaça tem sido um símbolo ambíguo, enquanto o Habemus Papam marca o início de uma nova era incerta.
Anna Peirats, diretora do IVEMIR-UCV, é autora da matéria original.