Uma das seis instituições suspensas pelo BC teve bloqueio de R$ 270 milhões no caso do ataque hacker à C&M
Bloqueio da conta da Soffy Soluções de Pagamentos destaca a gravidade da investigação sobre fraudes no sistema Pix. A empresa, alvo de múltiplos processos, enfrenta acusações de facilitar desvio de quantias através de hackers.
Conta de R$ 270 milhões bloqueada pela Justiça de São Paulo é da Soffy Soluções de Pagamentos, suspeita de receber valores desviados por hackers no ataque à C&M Software.
A Soffy foi uma das seis instituições suspensas pelo Banco Central (BC) após o ataque. A informação foi confirmada por Folha de S.Paulo e Valor.
Fundada há cinco anos, a Soffy está registrada na Avenida Paulista, em São Paulo, com CNPJ 37.292.981/0001-06 e capital social de R$ 1 milhão. Stevan Paz Bastos é o sócio-administrador.
No dia 4, a Polícia Civil anunciou o bloqueio, mas não revelou a instituição. Uma pesquisa no LinkedIn identificou Stevan como diretor da Distribuidora Peixe Boi e ex-chef de cozinha.
A Soffy enfrenta 13 processos cíveis desde 13 de junho, relacionados a fraudes do Pix, e não apresentou defesa em nenhuma ação. A empresa também é alvo de reclamações no site Reclame Aqui por boletos falsos e abertura de contas sem consentimento.
O valor bloqueado refere-se ao dinheiro desviado da BMP, que sofreu um prejuízo de R$ 541 milhões com a invasão à C&M, dispositivos que conectam instituições financeiras ao sistema do Pix.
As investigações mostram que o ex-funcionário da C&M, João Nazareno Roque, facilitou o acesso dos hackers ao entregar credenciais. Ele foi preso na noite de quinta-feira (3) pela Polícia Civil.
Até o momento, a Soffy e o BC não responderam aos pedidos de posicionamento.