União Africana apoia campanha contra mapa que diminui continente
A União Africana apoia a campanha que busca corrigir a distorção da representação do continente africano no mapa-múndi. A nova proposta defende a criação de um modelo que reflita de forma mais precisa o tamanho e importância dos países do Sul Global.
A União Africana declarou apoio à campanha “Correct the Map”, que propõe a alteração do mapa-múndi atual.
A projeção de Mercator é vista como “ultrapassada”, distorcendo o tamanho do continente africano e do Sul Global.
A campanha, iniciada por Africa No Filter e SpeakUp Africa, já possui 4.636 assinaturas em seu abaixo-assinado.
O professor Phillipe Valente da Uerj afirmou que a distorção nos mapas tem uma intencionalidade histórica, facilitando navegação.
O modelo de Mercator, criado em 1569, se popularizou pela prensa de Gutenberg e a Era das Navegações. Este formato ainda é comumente utilizado, adaptando-se à internet com o Web Mercator.
O continente africano é cerca de 14 vezes maior que a Groenlândia, embora apareça menor nas projeções. Valente comentina sobre as implicações políticas dessa distorção nas representações cartográficas.
A nova projeção defendida, “Equal Earth”, busca reduzir distorções e apresenta diferentes versões, incluindo o Sul no topo.
Além da África, países asiáticos também costumam centralizar suas representações em mapas.
O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, apoia a campanha e apresentou mapas centrais e invertidos do Brasil, visando destacar a posição do país no Sul Global.
O IBGE lançou a 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar em abril de 2023, posicionando o Brasil no centro do mapa-múndi.
Nota: O Poder360 aguarda manifestação da União Africana sobre a campanha “Correct The Map”.