União Europeia diz que tem 'muitas cartas' para reagir a tarifaço de Trump
União Europeia se prepara para retaliar tarifas de Trump com um "plano sólido" e medidas que podem afetar empresas americanas. A presidente da Comissão Europeia destaca a importância de uma negociação, mas afirma que a UE está pronta para proteger seus interesses.
Na véspera do "Dia da Libertação" anunciado por Donald Trump, a União Europeia manifestou-se sobre o esperado tarifaço do presidente americano, previsto para quarta-feira (2). Ursula von der Leyen declarou: "temos um plano sólido para reagir"
O objetivo da UE é alcançar uma solução negociada, mas a presidente da Comissão Europeia ressaltou que, se necessário, irão proteger seus interesses e empresas.
Trump havia imposto tarifas de 25% sobre importações de alumínio e aço e prometeu taxação similar sobre veículos, afetando especialmente montadoras alemãs. Ele também anunciou tarifas recíprocas que podem violar as regras da OMC.
Von der Leyen lembrou que a UE possui o maior mercado único do mundo, o que fortalece sua posição de negociação e capacidade de retaliação. Medidas de retaliação estão sendo planejadas, incluindo a possibilidade de afetar o setor de serviços.
Em 2023, a UE teve um superávit com os EUA de € 156,6 bilhões, mas um déficit de serviços de € 108,6 bilhões. O bloco pode usar regulamentações recentes, como a lei de serviços digitais (DSA) e a lei de mercado digital (DMA), para penalizar grandes empresas americanas e afetar sua operação na Europa.
A DSA combate conteúdo ilegal, enquanto a DMA visa monopólios, com multas de até 10% do faturamento mundial. Contudo, nem todos os países da UE concordam em adotar uma postura agressiva de retaliação.
Trump, ao saber das possíveis retaliações, prometeu sobretaxar vinhos franceses e italianos em 200%. A interconexão das economias europeia e americana sugere que qualquer tarifa teria impactos dos dois lados do Atlântico.
Além disso, a Comissão Europeia considera usar o Instrumento Anti-Coerção, que concede amplos poderes para enfrentar guerras comerciais. Von der Leyen finalizou: "Esse confronto não é do interesse de ninguém."