União Europeia quer usar até 'camisola feminina' para retaliar tarifas de Trump
União Europeia intensifica retaliações comerciais contra EUA, com proposta de lista extensa de produtos para contrabalançar tarifas. A medida pode impactar bilhões de euros em importações, gerando tensões internas entre países membros sobre os itens a serem incluídos.
Comissão Europeia anuncia ofensiva contra a tarifa de 25% sobre aço e alumínio dos EUA, apresentando uma lista de produtos americanos que poderão sofrer retaliação. O documento possui 99 páginas e inclui itens como alimentos, bebidas e vestuário.
A consulta sobre a lista ocorrerá até 25 de março, antes da fase de retaliação que pode alcançar 26 bilhões de euros (R$ 164,9 bilhões). A primeira fase cobre produtos já alvo de retaliação em 2018 e 2020, totalizando 8 bilhões de euros em motocicletas, uísque e jeans.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, destacou que as contramedidas são proporcionais às tarifas dos EUA, que totalizam US$ 28 bilhões. O bloco europeu mostrará preferência por produtos americanos de estados republicanos.
Von der Leyen também alertou os impactos negativos das tarifas: “Elas são piores para empresas e consumidores, interrompendo cadeias de suprimento”. A disputa comercial já afeta previsões econômicas em todo o mundo.
França, Espanha e Itália solicitaram mudanças na lista de produtos, pedindo exclusão de vinhos e destilados devido ao impacto nas suas exportações. Benjamin Haddad, chanceler francês, indicou que a lista pode evoluir, incluindo serviços digitais.
A legislação europeia em discussão, como a Lei de Serviços Digitais (DSA) e a Lei de Mercado Digital (DMA), poderá representar riscos para empresas americanas, com potencial de multas significativas.