Urânio enriquecido: para que serve e como ele é armazenado?
O enriquecimento de urânio pelo Irã levanta temores sobre a possibilidade de desenvolvimento de armas nucleares. A tensão entre o país e o Ocidente se intensifica após o recente ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas.
Irã intensifica enriquecimento de urânio, buscando melhorar sua capacidade de geração de energia nuclear. O progresso no enriquecimento levantou preocupações no Ocidente, especialmente com os Estados Unidos e Israel.
As tensões resultaram em um ataque dos EUA ao Irã no último fim de semana. O urânio enriquecido, vital para energia nuclear, também é crucial para armas nucleares, requerendo protocolos de segurança rigorosos devido à sua radioatividade.
Segundo Pedro Côrtes, professor da USP, o processo de enriquecimento transforma urânio natural em gás (UF6), separando isótopos por métodos como centrífugas. O objetivo é aumentar a concentração do isótopo U-235, essencial para energia elétrica e uso militar.
Uma concentração de 3% a 5% de U-235 é necessária para energia, enquanto níveis próximos a 90% são usados em bombas atômicas. O urânio enriquecido é também utilizado em tratamentos médicos para câncer.
No Brasil, o urânio enriquecido é usado em reatores de pesquisa e nas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2. A segurança no armazenamento é vital para proteger saúde e meio ambiente.
O Irã afirma que deseja enriquecimento para fins pacíficos, com concentração em torno de 30%. No entanto, há temores de que o país possa alcançar níveis de 90%, possibilitando a criação de armas nucleares.
A diferença entre o uso pacífico e militar do urânio reside na concentração do U-235: 3% a 5% para energia e muito mais para armas nucleares.
Após o ataque dos EUA, o urânio nas instalações nucleares do Irã pode ser disperso no ambiente. A Agência de Energia Iraniana já anunciou a continuação das atividades nucleares e a reconstrução das centrais atacadas.