Uso de dinheiro público para ressarcimento a aposentados do INSS vira foco de tensão no Planalto
Governo enfrenta desafios na comunicação sobre a devolução de valores a aposentados e pensionistas do INSS, enquanto investigações sobre fraudes continuam em andamento. A preocupação com a percepção pública sobre o uso de recursos do Tesouro gera tensões internas na equipe presidencial.
Uso de recursos públicos para devolução a aposentados e pensionistas do INSS gera apreensão no governo Lula.
O governo debate o uso de dinheiro do Tesouro para ressarcir vítimas de fraudes em duas reuniões tensas antes de uma entrevista no Palácio do Planalto, na quinta-feira (8).
Preocupações incluem:
- Percepção de que o prejuízo será cobrado do contribuinte.
- Risco de filas de idosos em agências do INSS.
O governo planeja utilizar o Orçamento para a restituição, com expectativa de recompensar as vítimas rapidamente e buscar ressarcimento de entidades fraudulentas no futuro.
Descontos não autorizados aumentaram desde 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, chegando a bilhões em 2023 sob Lula.
A restituição requer comprovação de descontos indevidos. Informações sobre a solução em estudo geraram descontentamento entre colaboradores do presidente.
Na reunião de preparação, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, criticou a divulgação da informação e interrompeu discussões sobre a inclusão de agências dos Correios para auxílio aos aposentados.
Apesar das incertezas sobre valores e prazos, foi consensual a necessidade de uma entrevista para responder à oposição.
Durante a reunião, o chefe da Casa Civil interpelou sobre a interdição dos descontos, enquanto o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, assegurou ao presidente que as mensalidades descontadas em abril seriam devolvidas na folha de maio.
Após a reunião, a coletiva à imprensa não trouxe novidades sobre datas ou valores da restituição, mas os envolvidos garantiram empenho na devolução dos recursos.