'Vamos insistir em ter programa nuclear', afirma ministro iraniano à BBC

Estados Unidos devem evitar novos ataques ao Irã para retomar negociações diplomáticas, afirma o vice-ministro das Relações Exteriores, Majid Takht-Ravanchi, em entrevista à BBC.

Segundo Takht-Ravanchi, o governo Trump expressou interesse em retomar conversas, mas não deixou claro sobre novos ataques durante este processo.

A Operação Militar Israelense, iniciada em 13 de junho, frustrou negociações programadas para dois dias depois, e resultou em ataques diretos dos EUA a três instalações nucleares iranianas.

O Irã reafirma seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos e nega intenções de desenvolver armas nucleares. Takht-Ravanchi criticou a postura de alguns líderes ocidentais e solicitou maior clareza dos EUA para gerar confiança no diálogo.

O Parlamento iraniano decidiu suspender a cooperação com a AIEA, acusando a agência de parcialidade. No entanto, Takht-Ravanchi não soube informar a extensão dos danos causados pelos ataques americanos.

Trump alertou que consideraria novos bombardeios se houvesse evidências de enriquecimento nuclear preocupante no Irã. O vice-ministro destacou que não há data definida para novas negociações.

Relação tensa: O Irã acumulou urânio enriquecido a 60%, suficiente para potencialmente fabricar armas nucleares, após o abandono do Acordo Nuclear de 2015 por Trump.

Takht-Ravanchi respondeu às críticas à postura nuclear do Irã e assegurou: "Queremos dialogar e praticar a diplomacia, mas precisamos estar preparados".

Apesar do cessar-fogo atual, ele não garantiu sua permanência, reafirmando que o Irã responderá a ataques. Alinhamento com os aliados árabes é visto como crucial para a busca de um diálogo eficaz.

Nota: A jornalista Lyse Doucet pode reportar do Irã sob condições impostas pelas autoridades locais.