Veja a trajetória de Carlos Lupi, agora ex-ministro da Previdência
Carlos Lupi deixa o Ministério da Previdência Social em meio a um escândalo de fraudes bilionárias no INSS. Sua demissão ocorre após alertas sobre irregularidades e pressões internas no PDT.
Carlos Lupi anunciou sua demissão do comando do Ministério da Previdência Social nesta sexta-feira (2), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A saída ocorreu em meio a uma crise por fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do INSS, envolvendo investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, escreveu Lupi em suas redes sociais.
Esta é a segunda vez que Lupi deixa o governo sob suspeitas de irregularidades. Em 2011, ele renunciou ao cargo de ministro do Trabalho durante o governo Dilma Rousseff.
Documentos indicam que Lupi foi alertado em 2023 sobre o aumento de descontos não autorizados nas aposentadorias, mas não tomou providências. A crise se intensificou após a PF divulgar um esquema que pode ter desviado mais de R$ 6,3 bilhões.
Recentemente, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, nomeado por Lupi, foi demitido, assim como Glauco Wamburg, ambos sob suspeita de uso irregular de recursos públicos.
A decisão de Lupi de deixar o ministério foi influenciada por negociações entre Lula e o PDT, partido do qual Lupi é filiado. A avaliação do Planalto é que sua permanência inviabilizaria um choque de gestão.
O afastamento de Lupi reacende disputas internas no PDT, entre a ala que deseja continuar na base governista e outra que, liderada por Ciro Gomes, busca romper com o governo Lula.
Carlos Roberto Lupi, 68 anos, é um político com longa trajetória ligada ao PDT, tendo assumido a presidência da sigla após a morte de Leonel Brizola em 2004. Foi deputado federal e secretário de Transportes no Rio de Janeiro, além de ministro do Trabalho entre 2007 e 2011.