Venda da Braskem avança no Cade, mas Tanure ainda precisa convencer bancos credores

Negociações da Braskem:

O Cade aprovou a compra da fatia da Braskem pelo empresário Nelson Tanure nesta quarta-feira (16), mas o negócio depende de aprovação dos bancos credores da Novonor (ex-Odebrecht).

A proposta foi confirmada em 26 de maio, com três condicionantes: aprovação do Cade, cumprimento do acordo de acionistas e negociações com os bancos credores.

A operação é vista de forma positiva pelo governo e pela Petrobras, pois mantém o controle da Braskem no Brasil após tentativas frustradas com empresas estrangeiras. A Petrobras deseja ampliar sua influência na companhia sem reestatizá-la.

Tanure, conhecido pela gestão agressiva, pode ser um conflito com a visão da estatal para o setor petroquímico.

A Braskem, a sexta maior petroquímica do mundo, enfrenta:

• 30% de ociosidade em seu parque fabril;
• Passivo do desastre em Maceió;
• Ciclo de baixa de preços das matérias-primas;
• Concorrência com produtos americanos no Brasil.

A Petrobras anunciou novos investimentos no setor, com foco na produção de matérias-primas a partir do gás natural e expansão de uma unidade da Braskem.

A presidente Magda Chambriard reafirmou o interesse da estatal em ter mais poder na empresa, mas não busca o controle acionário, ressaltando a importância de resolver questões societárias sem destruir o valor da companhia.

A Novonor detém 38,3% do capital total da Braskem, controlando com 50,1% das ações votantes. A Petrobras possui 36,1% do capital total e 47% das ações votantes.

Para assumir o controle, Tanure precisa convencer os bancos que têm ações da Braskem como garantia para a dívida de R$ 15 bilhões da Novonor. A mediação pelas negociações deve ser feita pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Tanure busca financiamento para refinanciar a dívida, mas encontra obstáculos como o alongamento de prazos e o custo das ações. O empresário não comentou a situação através de sua assessoria.