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Venda ilegal de pau-brasil rendeu R$ 1 bilhão em dez anos

Investigações revelam que o contrabando do pau-brasil por empresas do setor de arcos para violinos resultou em lucros bilionários e grave ameaça à espécie. A proposta de inclusão do pau-brasil na lista de proteção da Convenção Cites busca reverter esse cenário de exploração ilegal.

Descoberta do Pau-Brasil: François Xavier Tourte, fabricante de arcos de violinos, utilizou a madeira nativa da Mata Atlântica para suas peças. Desde então, o contrabando do pau-brasil cresceu.

Lucratividade Ilegal: Entre 2002 e 2022, empresas burlaram fiscalizações e lucraram quase R$ 1 bilhão no Brasil.

Caso Arcos Brasil: Em 31 de dezembro de 2024, a empresa foi autuada pelo Ibama com multas totalizando R$ 23,2 milhões devido ao armazenamento irregular de madeira. O dono, Celso de Mello, negou vendas ao exterior.

Inspeções e Irregularidades: O Ibama encontrou 0,969 m³ de pau-brasil e mais de 77 mil varetas sem licença. Em 2018, a Arcos Brasil recebeu multa anterior de R$ 8,2 milhões.

Fraude no Sistema: Operação Dó-Ré-Mi revelou esquemas fraudulentos, com 16 empresas autuadas em quase R$ 100 milhões em multas. O pau-brasil extraído ilegalmente é geralmente usado apenas na fabricação de arcos.

Atuação da PF: Em 2021, a Operação Ibirapitanga resultou em mandados de busca por licenciamento irregular. A PF intensificou ações em aeroportos, apreendendo arcos e varetas para evitar exportações ilegais.

Números Alarmantes: Entre 2002 e 2022, empresas declararam vendas de 464.505 varetas e 7.986 arcos. Porém, estima-se que o volume financeiro movimentado seja muito maior, superando R$ 860 milhões.

Proposta de Proteção: O Itamaraty e o Ibama propuseram incluir o pau-brasil no Anexo I da Convenção Cites, buscando proteção máxima. A votação ocorrerá entre 24 de novembro e 5 de dezembro no Uzbequistão.

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