Vendas no varejo do Brasil crescem 0,8% em março e renovam recorde da série do IBGE
Vendas no varejo avançam, mas ainda enfrentam desafios em relação à comparação anual. Expectativas de desaceleração econômica podem impactar o consumo em segmentos mais dependentes de crédito.
Vendas no Varejo Brasileiro avançaram 0,8% em março, comparadas ao mês anterior, mas caíram 1,0% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE. É o terceiro mês consecutivo de alta.
O setor atingiu novo recorde desde 2000, superando a máxima anterior de fevereiro de 2025. Contudo, o resultado ficou abaixo da expectativa da Reuters, que previa crescimento de 1% mensal e queda de 0,5% anual.
Analistas indicam que a inflação elevada, a política monetária retracionista e a acomodação no mercado de trabalho podem causar uma desaceleração gradual da economia, desanimando consumidores, especialmente em produtos que dependem de crédito. O Banco Central elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano.
O impacto das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda é uma preocupação no cenário econômico global.
Das oito atividades analisadas pelo IBGE, seis tiveram resultados positivos em março. Os setores em destaque foram:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: +28,2%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +3,0%
O crescimento no setor de livros foi impulsionado por variações no calendário escolar. As vendas em hiper e supermercados cresceram 0,4%. Outros resultados positivos incluíram:
- Artigos pessoais e domésticos: +1,5%
- Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria: +1,2%
- Tecidos, vestuário e calçados: +1,2%
No entanto, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram -0,4% e as de combustíveis e lubrificantes tiveram um declínio de -2,1%.
O desempenho negativo no setor de combustíveis reflete uma demanda menor após resultados positivos nos meses anteriores.
No comércio varejista ampliado, incluindo veículos e material de construção, houve um avanço de 1,9% em março em relação a fevereiro.