Vendas no varejo do Brasil recuam 0,1% em junho, diz IBGE, pior do que o esperado
Vendas no varejo brasileiro enfrentam leve queda mensal e crescimento tímido anual. Desempenho é impactado pela retração do crédito e alta de comparação com meses anteriores.
Vendas no varejo brasileiro recuaram 0,1% em junho em relação ao mês anterior, mas subiram 0,3% na comparação anual, segundo o IBGE.
A expectativa era de alta de 0,70% mensal e 2,40% anual, conforme pesquisa da Reuters.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em junho, com o primeiro semestre terminando com 0,5% de queda.
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, afirma que os últimos dados refletem uma estabilidade com viés de baixa, devido a uma distância de -0,8% em relação a março. Isso é influenciado pela retração do crédito e pela inflação persistente.
Das oito atividades do varejo, cinco tiveram variações negativas, incluindo:
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%)
- Móveis e eletrodomésticos (-1,2%)
- Artigos farmacêuticos e de perfumaria (-0,9%)
- Hiper e supermercados (-0,5%)
A última atividade é a mais influente, funcionando como um fator âncora no resultado geral.
Os setores que tiveram desempenho positivo em junho foram:
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%)
- Tecidos, vestuário e calçados (0,5%)
- Combustíveis e lubrificantes (0,3%)
Na comparação anual, o volume de vendas cresceu 0,3%, com quatro setores em alta, como Tecidos e vestuário (6,4%).
Setores que apresentaram quedas incluíram:
- Móveis e eletrodomésticos (-0,4%)
- Hiper e supermercados (-0,5%)
- Livros e papelaria (-1,2%)
- Combustíveis (-1,3%)
No varejo ampliado, as reduções foram maiores em Material de construção (-3,6%) e Veículos e motos (-6,7%).
Cristiano apontou a alta base de comparação e redução no ritmo de obras como razões para as quedas.