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Venezuelanas enfrentam desigualdade no acesso a trabalho, diz pesquisa

Pesquisa da ONU aponta necessidade de integração e acolhimento mais efetivos para a população venezuelana no Brasil. A análise destaca desigualdades de gênero e desafios em áreas como saúde, educação e trabalho.

Ações de acolhimento e integração da população venezuelana no Brasil precisam de maior articulação com políticas públicas, como saúde, moradia, educação e trabalho, urgentemente. Essa é a conclusão de uma pesquisa do Acnur, UNFPA e ONU Mulheres, apoiada pelo governo de Luxemburgo.

Desde abril de 2018, mais de 150 mil venezuelanos interiorizados voluntariamente em Boa Vista foram relocados para mais de 1,1 mil cidades brasileiras. O estudo destaca avanços, como um aumento de 12% no rendimento médio mensal e 8% no rendimento domiciliar per capita. Porém, persistem desigualdades significativas entre homens e mulheres.

Os dados apontam que homens venezuelanos com maior nível educacional têm mais chances de interiorização, enquanto mulheres enfrentam vulnerabilidades, com altas taxas de desemprego e informalidade, além de serem chefes na maioria das famílias monoparentais.

A pesquisa também mostra que o tempo médio sem trabalho caiu de 6,7 para 4,7 meses, com melhora na inserção laboral das mulheres, embora ainda abaixo dos homens. Em relação à educação, crianças em abrigos enfrentam dificuldades de acesso à escola, embora a compreensão do português tenha melhorado, especialmente entre mulheres.

Sobre saúde reprodutiva, o uso de métodos contraceptivos aumentou, mas barreiras no acesso a pré-natal e problemas de prevenção do câncer persistem. A insegurança alimentar e discriminação também aumentaram, afetando especialmente as mulheres.

Damelis Castillo, artista e coordenadora do Guaramo Solidário, declara que o Brasil é esperança para imigrantes e ressalta a contribuição das mulheres que geram novos cidadãos e pagam impostos.

A pesquisa foi realizada em três fases, de 2021 a 2023, com apoio de instituições acadêmicas. Para comparação, foram entrevistadas pessoas de origem venezuelana interiorizadas e residentes em abrigos em Boa Vista.

Informações da Agência Brasil.

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