Vereadores querem transformar São Paulo em uma Disneylândia
Proposta gera polêmica por permitir publicidade em locais antes restritos e esconder patrimônio cultural. Arquiteta defende a preservação da identidade urbana e marcação de audiências públicas para debate.
Retrocesso na Câmara Municipal: proposta para desconfigurar a Lei Cidade Limpa e transformar São Paulo em uma “Disneylândia”.
A proposta, do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), tem apoio da gestão Ricardo Nunes (MDB) e é criticada por Regina Monteiro, presidente da CPPU.
O projeto, já aprovado em 1º turno, permite que 70% da visualização de bens culturais, como prédios históricos, sejam ocultados, além de liberar anúncios em locais antes proibidos.
O prefeito minimiza a gravidade da proposta, defendendo uma requalificação da Avenida São João, sem poluição visual.
Rubinho pretende usar a arrecadação para revitalização e turismo, sugerindo um modelo semelhante ao de Times Square. Contudo, ele recuou após críticas e afirmou que o projeto pode ser alterado após audiências públicas.
Críticos, como Andrea Matarazzo (PSD), assinaram manifesto contra a proposta. A Lei Cidade Limpa precisa ser atualizada, mas não com poluição visual de painéis de LED.
Sugestões para a atualização incluem flexibilidade nas projeções e um foco em telas efêmeras, respeitando limitações legais.
Atualmente, as projeções estão sujeitas a controle de conteúdo pela CPPU, que ignora manifestações políticas não autorizadas.
As projeções têm origem no século 18 e são conhecidas como fantasmagorias. Apesar da evolução tecnológica, a cidade opta por liberar a publicidade, mesmo com 93% de apoio à Lei Cidade Limpa, conforme pesquisa da Offerwise.