Veterano condecorado é pressionado a deixar EUA após viver décadas no país
Veterano do Exército dos EUA, Sae Joon Park, é forçado a deixar o país após quase 50 anos de residência. Sua deportação destaca as políticas migratórias severas que afetam até mesmo aqueles que serviram ao país.
Sae Joon Park, veterano do Exército dos EUA, chegou ao país da Coreia do Sul ainda criança. Alistou-se após o ensino médio e participou da invasão do Panamá em 1989, sendo condecorado por ferimentos em combate.
Após quase 50 anos nos EUA, recebeu a pressão do governo para escolher entre retornar voluntariamente ou ser deportado. Ele decidiu retornar à Coreia, deixando sua família no Havaí. Em entrevista à NPR, Park expressou sua incredulidade: "Eu não acredito que isso esteja acontecendo nos EUA".
Durante seu serviço militar, Park ajudou a derrubar o regime de Manuel Noriega. Após o serviço, ele desenvolveu transtorno de estresse pós-traumático e se tornou viciado em crack. Em 2009, foi preso, perdendo a chance de obter a cidadania. Um juiz determinou sua deportação, mas lhe concedeu a permanência desde que se apresentasse anualmente ao ICE.
Em junho, foi informado que deveria deixar os EUA voluntariamente ou seria detido. Ele se despediu de amigos e familiares, incluindo sua mãe de 85 anos, que apresenta sinais de demência.
O caso de Park é emblemático das políticas migratórias de Donald Trump, que endureceram as regras para imigrantes, mesmo veteranos. Apoiadores lançaram uma petição online para tentar reverter sua deportação, que já conta com quase mil assinaturas.
O texto pede a reabertura de seu caso criminal e a anulação das condenações que impedem seus advogados de cancelar o processo de deportação. Park considera o tratamento do ICE "muito injusto" e lamenta ter sido forçado a deixar o que considera seu lar.
Ele chegou aos EUA aos 7 anos e nunca imaginou que retornaria à Coreia sozinho após quase 50 anos. Agora, ele espera reencontrar seus entes queridos.