Viagem de Lula a Rússia e China mostra limitações e preço de frente anti-Trump
A viagem de Lula à China e Rússia busca fortalecer alianças, mas expõe desafios diplomáticos para o Brasil. A presença da primeira-dama, Janja, em eventos internacionais tem gerado controvérsias e desviado a atenção das negociações.
O tour do Sul Global do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visa fortalecer uma aliança informal entre os países do Brics e da América Latina, em resposta à diplomacia coercitiva de Donald Trump.
Objetivo: Ganhar influências em negociações, evitando submissão às intimidações do governo americano.
As limitações da estratégia do Brasil foram evidentes na viagem de Lula à China e Rússia. Ao participar da comemoração da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, Lula emprestou prestígio democrático ao regime de Vladimir Putin.
Enquanto Lula mantém um canal de diálogo, ser o único democrata ao lado de ditadores levanta questões sobre a legitimidade do apoio. Recentemente, o Planalto divulgou uma interação entre Lula e Putin, onde o presidente brasileiro sugeriu uma reunião de negociação entre Rússia e Ucrânia.
A participação de Putin na cúpula em Istambul poderia ser uma vitória diplomática para o Brasil.
A cúpula da Celac com a China resultou em anúncios de investimentos, mas pressões americanas dificultam a integração regional. O Panamá, por medo de retaliações, não renovou a Iniciativa Cinturão e Rota.
O presidente Gustavo Petro da Colômbia aderiu à mesma iniciativa, mas enfrenta riscos de sanções.
A presença da primeira-dama, Janja, continua a gerar polêmica. Em eventos anteriores, sua participação desviou a atenção da agenda do governo, como quando criticou Elon Musk e fez comentários sobre o TikTok.
As reações à sua postura podem ser um ruído desnecessário em meio aos esforços de formar uma frente contra os abusos que ameaçam o sistema multilateral.