Vieira diz que ação contra Bolsonaro é mais grave que a de Trump
Ministro das Relações Exteriores destaca a gravidade das acusações contra Bolsonaro e a diferença em relação aos problemas jurídicos de Trump. Mauro Vieira reafirma a posição do Brasil sobre a separação entre questões comerciais e judiciais nas negociações com os Estados Unidos.
Ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) afirma que as acusações contra Jair Bolsonaro são de “grande gravidade” e não se comparam aos problemas enfrentados por Donald Trump.
No evento 2025 Latin American Cities Conferences, organizado pela Fiesp em São Paulo, Vieira destacou que a ação contra Bolsonaro é questionada por Trump e usada como justificativa para tarifas elevadas ao Brasil.
Bolsonaro está sob investigação do STF por tentativa de golpe de Estado em 2022, enfrentando acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outras. O julgamento começará em 2 de setembro. Ele também é inelegível, conforme decisão do TSE por abuso de poder político.
Por outro lado, Trump não enfrenta nenhum julgamento atualmente. Ele foi indiciado duas vezes por tentativas de interferência eleitoral nas eleições de 2020, mas ambos os casos estão paralisados.
O primeiro caso, em Washington D.C., foi arquivado após sua vitória em 2024. O segundo caso, na Geórgia, está parado desde o afastamento da procuradora por conflito de interesse. Trump também foi condenado em Nova York por falsificação de registros, mas não cumpriu pena devido à sua posição como presidente.
Na Fiesp, o foco foi a relação política e comercial entre Brasil e Estados Unidos, em meio ao tarifaço de Trump, que impacta principalmente o Brasil com taxa de 50% sobre produtos exportados.
Vieira reiterou a disposição do Brasil para diálogo, mas enfatizou que a questão do julgamento não deve interferir nas negociações: “Não há possibilidade de qualquer negociação que envolva questões judiciais”, afirmou.