Vinícola da Serra Gaúcha usa vinhedo experimental para testar uvas no clima do Sul e fazer frente às mudanças climáticas
Vinhedo experimental da Cooperativa Vinícola Garibaldi investe na resistência de variedades de uvas frente às mudanças climáticas. Projeto busca entender o comportamento das uvas trazidas da Europa em solo brasileiro e já resultou em um novo vinho no mercado.
Cooperativa Vinícola Garibaldi cria vinhedo experimental na Sierra Gaúcha para estudar variedades de uvas europeias como alternativa às mudanças climáticas.
O projeto iniciou em 2019, cultivando cerca de 50 variedades de países como Geórgia, Romênia e Itália. O enólogo Ricardo Morari destaca a importância de entender o comportamento dessas uvas em relação ao clima e solo local.
Com 70% das uvas sendo brancas, o foco é na produção de espumantes. O gerente Evandro Bosa ressalta o desafio de cuidar de variedades com diferentes ciclos de maturação, exigindo monitoramento diário.
As uvas passam por microvinificações após a colheita, com 17 variedades atualmente em teste. O vinho Palava, produzido a partir de uma das variedades, já está no mercado e tem atraído consumidores.
Vinicius Caliari, pesquisador da Epagri, explica que mudanças climáticas afetam a maturação das uvas, e a adaptação de novas variedades é vital. Testes no Brasil revelam que variedades ainda não cultivadas podem ter resultados promissores.
A Garibaldi também investe em uvas Piwi, resistentes a doenças fúngicas. Estas variedades foram bem sucedidas mesmo em condições adversas e podem reduzir a necessidade de tratamentos fitossanitários.
Uma prática de cobertura vegetal no vinhedo protegeu o solo durante enchentes, prevenindo a erosão e mantendo a qualidade das terras cultivadas.