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Vizinhos da Rússia vão deixar tratado para colocar minas nas fronteiras

Polônia e Estados Bálticos abandonam convenção sobre minas antipessoais devido ao aumento da ameaça russa. A decisão destaca a crescente tensão na região e a necessidade de adaptações nas estratégias de segurança dos membros da Otan.

Polônia e os três Estados Bálticos anunciaram, em 18 de outubro, a saída da Convenção de Ottawa, que proíbe minas antipessoais. A decisão visa fortalecer a segurança na fronteira com a Rússia e Belarus.

As nações declararam: "Estamos prontos para usar qualquer medida necessária para defender nossos requisitos de segurança", citando o aumento da ameaça militar na região.

Essa mudança ocorre em um contexto de crescente tensão na Europa, lembrando a era da Cortina de Ferro, que dividia influências soviéticas e ocidentais durante a Guerra Fria.

Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia são signatárias da convenção, banindo minas antipessoais desde 1997. No entanto, países como Estados Unidos, Rússia e China não aderem ao tratado.

Com 1.245 km de fronteira com a Rússia e 1.248 km com a Belarus, esses quatro países se tornaram a linha de frente da OTAN.

Minas antipessoais causam sérios danos em guerras, como vimos em conflitos no Afeganistão e Tchetchênia. Após a criação do tratado de 1997, ativistas que lutaram pelo fim dessas armas receberam o Nobel da Paz.

A Finlândia, que também é membro da OTAN e signatária da convenção, estudará a saída do tratado, especialmente após sua recente adesão, que dobrou a fronteira com a Rússia.

Os três Estados Bálticos são as únicas antigas repúblicas soviéticas na OTAN. As tentativas da Geórgia e Ucrânia de ingressar resultaram em guerras com a Rússia.

A Polônia gasta 4,12% do seu PIB em defesa, o que é o dobro da meta da OTAN. A Belarus, sob o regime de Alexander Lukashenko, mantém alinhamento político com Vladimir Putin e armas nucleares no seu território.

Varsóvia solicitou aos Estados Unidos o compartilhamento dessas armas, mas a resposta do governo é incerta. Negociações com a França estão em andamento, visando expandir o guarda-chuva nuclear europeu.

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