Você entende tudo que seu assessor ou seu banco falam sobre investimentos? Quase ninguém entende

Desafio na comunicação do mercado financeiro: como explicar um IPO a uma criança de cinco anos.

No Anbima Summit de ontem (26), foi discutido como comunicar informações de investimento de forma clara e acessível, especialmente para não investidores.

A tecnologia, particularmente a inteligência artificial, será uma aliada nessa tarefa, utilizando chatbots e vídeos com avatares que falam a linguagem de cada indivíduo, um conceito conhecido como hiperpersonalização.

A Anbima está realizando uma pesquisa para identificar o conhecimento da população sobre termos financeiros. De acordo com Leandro Toledo, muitas pessoas conhecem palavras como "rentabilidade" e "liquidez", mas não entendem seus significados e como usá-las em decisões de investimento.

Luciane Effting, do Santander, complementa que as pessoas até compreendem informação, mas precisam de explicações melhores para tomarem decisões informadas. “O mercado fala com ele mesmo”, diz, destacando a importância da confiança no setor de investimentos.

Fernando Cury, do Itaú BBA, observa que a comunicação deve ser simplificada, mas cautelosa, já que diferentes públicos têm diferentes necessidades. O cliente pode ter interesse em produtos mais complexos, independente da renda.

O perfil atual dos consumidores está mudando: tempo escasso e preferência por conteúdos curtos nas redes sociais, como vídeos. A confiança em bancos e corretoras é baixa, com muitos desconfiando das intenções dos profissionais financeiros.

Cris Duarte, consultora, destaca a necessidade de uma comunicação que gere confiança e adequação à linguagem do público. A inteligência artificial pode ajudar a traduzir termos do mercado, tornando a comunicação mais efetiva.

Os especialistas concordam que a IA pode melhorar a assertividade e a produtividade na comunicação financeira, ajudando as pessoas a compreenderem melhor os termos e conceitos de investimento.