Volpon: ‘IOF sobre investimento externo sinalizava controle de capitais como na Argentina pré-Milei’
Economista Tony Volpon critica a proposta de taxação de investimentos no exterior e alerta para os riscos de controle de capitais. Ele reforça a importância de consultas ao Banco Central para evitar danos ao mercado financeiro e consequências recessivas na economia.
Tony Volpon, economista e professor da Universidade Georgetown, criticou a recente proposta de tributação de investimentos no exterior em 3,5% de IOF, anunciada e rapidamente cancelada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Volpon expressou preocupação em relação a um potencial "desastre total" no mercado e a aceleração da saída de capitais. Ele declarou que a taxação indicaria um movimento rumo ao controle de capitais, semelhante ao que ocorreu na Turquia e Argentina.
Ele também comentou sobre a falta de consulta ao Banco Central para a decisão. A elevação do IOF poderia gerar distorções, incentivar a arbitragem e até o ressurgimento de um dólar paralelo, semelhante a operações dos anos 1990.
Volpon destacou que a atual equipe econômica carece de compreensão sobre o mercado financeiro, o que poderia ter contribuído para a decisão precipitado sobre o IOF. Ele considera que a medida aumenta o custo de capital para empresas e limita investimentos.
Por outro lado, a proposição de taxar investimentos acima de R$ 50 mil em fundos de previdência privada é vista como uma medida que atinge alta renda, mas que pode evitar distorções.
Em suma, Volpon acredita que a carga tributária excessiva reflete a ineficiência do governo em lidar com as contas públicas, evidenciando a pressão sobre o cidadão comum que viaja ao exterior.