Volta do presencial reforça fundos imobiliários, mas alta da Selic freia entusiasmo

A volta do trabalho presencial impacta o mercado imobiliário e os fundos de investimentos imobiliários (FIIs), com tendência de agravamento no segundo semestre de 2024.

A alta de aluguéis de escritórios não melhora a rentabilidade dos FIIs, que enfrentam a Selic alta. Especialistas afirmam que a resistência no mercado persiste.

Carolina Borges, da EQI Research, destaca que ativos de renda fixa oferecem retornos atrativos, tornando investidores mais cautelosos.

FIIs de escritórios ainda têm desempenho inferior aos de shoppings e galpões logísticos. A taxa de vacância em São Paulo foi de 20,9% no quarto trimestre de 2024, o menor índice desde 2020.

O BTG Pactual observa que inquilinos ainda conseguem negociar aluguéis mais baixos, refletindo em rentabilidade insuficiente para os fundos.

A Selic está em 14,25% ao ano, e as expectativas apontam para uma alta até 15% até 2025. Comparações com títulos como IPCA+ mostram que FIIs de lajes corporativas pagaram uma média de 9,2% em dividendos.

Após um pico de trabalho remoto durante a pandemia, o anúncio de 522 mil novas vagas em 2024, sendo 80,2% presenciais, reflete a mudança de tendência no trabalho.

Empresas como Amazon e Petrobras já anunciaram o retorno ao presencial, influenciando no aumento de 7,8% nos aluguéis comerciais e criando desafios adicionais para empresas com regime de trabalho híbrido.

A influenciadora Nath Finanças critica a volta ao trabalho presencial, afirmando que a discussão sobre produtividade ignora a qualidade de vida dos trabalhadores, além de destacar a utilidade da tecnologia.

Estudos indicam que o potencial do home office no Brasil é de 17,8% da população ocupada, sugerindo que muitas empresas ainda não exploraram totalmente essa possibilidade.