Volume de investimento de pessoas físicas em títulos isentos cresceu 341% em sete anos
Investimentos em títulos isentos de IR disparam devido à digitalização do mercado e à alta taxa Selic. Proposta de taxação do governo pode impactar a atratividade desses ativos financeiros.
Investimentos em Títulos Isentos de IR
Nos últimos sete anos, o volume de investimentos de pessoas físicas em títulos isentos de Imposto de Renda (IR) quadruplicou, passando de R$ 354 bilhões em janeiro de 2018 para R$ 1,2 trilhão em abril.
Esse aumento de 341% inclui investimentos em:
- LCIs: R$ 411,97 bilhões
- LCAs: R$ 517,2 bilhões
- CRAs: R$ 122,95 bilhões
- Debêntures incentivadas: R$ 88,54 bilhões
- CRIs: R$ 69,2 bilhões
A digitalização do mercado e a alta taxa Selic foram fatores que facilitaram o acesso aos investimentos. Assim, o "spread" entre títulos públicos e privados atraiu mais investidores.
Recentemente, foi proposta uma cobrança de IR de 5% para esses títulos, em uma reunião de cinco horas entre o ministro Fernando Haddad e líderes do Congresso, visando aumentar a arrecadação.
Se a proposta avançar, poderão ser arrecadados aproximadamente R$ 60,45 bilhões com essa tributação a partir de 2026.
Especialistas alertam que isso pode aumentar a remuneração necessária para títulos privados, como LCIs e debêntures, para compensar a perda do benefício fiscal. Atualmente, a comparação de retorno mostra uma vantagem tributária em relação a outras opções de renda fixa.
A Anbima, por sua vez, critica que as propostas apresentadas se concentram em medidas de curto prazo e reforça a necessidade de um debate mais abrangente sobre equilíbrio fiscal.