Voracidades
A qualidade da política brasileira enfrenta um colapso, com a Câmara e o Senado dominados por oportunistas e a desinformação do eleitorado. O recente conflito entre o Executivo e o Legislativo revela a deterioração das instituições democráticas e o agravamento da crise política.
Redemocratização e Crise Política no Brasil
Os grandes líderes que impulsionaram a redemocratização se afastaram. Eles tinham formação anterior ao golpe de 1964 e compartilhavam uma visão política semelhante.
Durante 21 anos de ditadura, novas gerações de políticos foram deformadas, resultando em um desamparo na Câmara e no Senado, dominados por oportunistas.
O eleitorado, na maior parte desprovido de conscientização política, não é o principal culpado pelas más escolhas. A má qualidade das opções oferecidas pelos partidos é alarmante.
A queda de qualidade nas composições das duas Casas é crescente. A responsabilidade pelos problemas do governo Bolsonaro é significativa, com exceção da CPI da Covid.
Câmara e Senado estão endividados com a população e envolvem-se em práticas de corrupção através de emendas. Há uma pressão indevida de senadores e deputados por nomeações no Executivo.
Um decreto presidencial que aumentou o IOF gerou conflito. Os presidentes do Senado e da Câmara tentam invalidá-lo, extrapolando seus poderes. Isso intensifica a crise política e gera um impasse.
O presidente Lula recorreu ao Judiciário para resolver a situação. A ameaça de represália do presidente da Câmara, Hugo Motta, evidencia a tensão política.
A polarização social no Brasil é histórica, e Motta critica o governo com uma metáfora sobre "barco e iceberg".
Com o recurso ao STF, há a expectativa de que a legalidade do decreto legislativo será questionada, mas isso não resolve as extrapolações de poder no Congresso.
Os propósitos do Congresso, hoje, parecem distantes das necessidades da institucionalidade.