Votos de papel, levados de trenó: as curiosidades da eleição na Groenlândia
Groenlândia inicia eleições para novo governo em meio a debates sobre independência da Dinamarca. O atual premiê Mute Egede deve se reeleger, enquanto discussões sobre a anexação pelos EUA ganham destaque.
Groenlândia
A disputa é significativa devido ao interesse do presidente americano, Donald Trump, em anexar o território.
A votação termina às 19h em Brasília (20h no horário local), com resultados iniciais previstos para logo após o fechamento.
O vencedor deve ser conhecido até quarta de manhã, mas resultados finais poderão levar semanas. Cédulas de papel serão transportadas por barco, trenós, avião e helicóptero.
Cada local de votação conta os votos e envia os resultados por e-mail para centros de apuração.
A Groenlândia possui 56 mil habitantes, sendo 44 mil aptos a votar. Muitos vivem em áreas remotas, pois 80% do território é coberto por gelo.
Independência em debate: A independência não está em votação, mas é tema central da eleição. Dos 31 deputados a serem eleitos, muitos discutirão a autonomia em relação à Dinamarca.
Seis partidos concorrem, cinco defendendo a independência e um apoiando o status quo. Pesquisas indicam que o atual premiê, Mute Egede, do partido Inuit Ataqatigiit (IA), pode se reeleger com 31% das intenções de voto.
O partido de oposição, Naleraq, propõe um plebiscito sobre a independência em 3 a 5 anos.
A Groenlândia tem autonomia parcial, mas é controlada pela Dinamarca, recebendo US$ 565 milhões em subsídios anuais, representando um quinto do PIB. A economia local é baseada na pesca.
Trump declarou no Congresso que "vamos pegar a Groenlândia, de uma forma ou de outra".
A ilha é atraente por suas reservas minerais e pelo aumento das rotas de navegação devido ao derretimento das geleiras. Além disso, a região é estratégica para segurança militar, com bases americanas monitorando o Oceano Ártico.