Waller diz que houve 'afrouxamento' da fiscalização no INSS durante governo Bolsonaro
Waller Junior aponta falta de fiscalização durante gestão anterior como fator crucial para fraudes nos descontos de benefícios. Investigação revela que R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente entre 2019 e 2024.
Presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, afirmou que houve um "afrouxamento" na fiscalização dos descontos em benefícios durante a gestão de Leonardo Rolim (jan/2020 a nov/2021).
Waller assumiu o cargo há 20 dias, após o afastamento e demissão de Alessandro Stefanutto, na esteira da Operação Sem Desconto, que investiga esquemas de descontos não autorizados por associações.
Em entrevista à rádio CBN, Waller comentou sobre uma portaria de Rolim que transferiu a fiscalização para outro setor, permitindo irregularidades. Ele declarou: "Com esse afrouxamento na fiscalização, se permitiu que ali escoasse irregularidades."
A investigação, com estimativas de R$ 6,3 bilhões descontados indevidamente entre 2019 e 2024, é liderada pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU).
- Descontos em 2020: R$ 510 milhões
- Descontos em 2022: R$ 706 milhões
- Descontos em 2024: R$ 2,8 bilhões
Após a portaria de 2020, o número de entidades credenciadas pelo INSS aumentou. Um servidor denunciou desvios ilegais, mas a investigação não avançou e ele sofreu ameaças.
Desde o início da operação, a base aliada e a oposição trocam acusações sobre a origem do esquema. O início exato da fraude não foi definido.
Em sua defesa, Waller afirmou que todas as 41 entidades cadastradas estão passando por um "pente-fino". Ele se mostrou contra a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), afirmando que a PF e a CGU estão atuando de forma adequada.