Warren Buffett deixa legado climático complexo para sucessor
A saída de Buffett deixa questões sobre a agenda climática da Berkshire Hathaway em um cenário de investimentos em fósseis e energias limpas. Seu sucessor, Greg Abel, enfrentará desafios crescentes relacionados aos impactos das mudanças climáticas e à segurança energética.
Warren Buffett deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway ainda este ano, deixando um legado climático complicado.
Buffett dirige um conglomerado que é um peso pesado em energia limpa, com ativos em energia eólica e solar, mas também é um grande investidor em petróleo, gás e carvão.
O sucessor de Buffett, Greg Abel, destacou US$ 16 bilhões em investimentos em energias renováveis em Iowa, mas alertou que ainda são necessárias unidades a carvão para manter a estabilidade do sistema.
A Berkshire também tem investido na Occidental Petroleum e na Chevron, apesar dos combustíveis fósseis contribuírem para as emissões de gases de efeito estufa. Analisando isso, Jim Shanahan da Edward Jones sugere que a empresa busca crescer em energias renováveis, mas isso levará tempo.
O contexto atual de guerra na Ucrânia e a demanda crescente por energia devido à IA têm levado a uma recuperação dos combustíveis fósseis, enquanto os investimentos em ESG perderam força.
Abel mencionou que a Berkshire trabalha em colaboração com os estados para respetar os padrões federais, mas os impactos das mudanças climáticas são tangíveis. A empresa estimou perdas de US$ 1,3 bilhão devido a eventos climáticos extremos, como incêndios florestais na Califórnia.
Buffett reconheceu, em sua carta anual, que os preços dos seguros refletiram um aumento nos danos causados por tempestades, afirmando que “a mudança climática pode ter anunciado sua chegada” e destacando a possibilidade de futuras perdas alarmantes.