Xi diz que quer se aproximar da UE, enquanto bloco diz que não cederá aos EUA um 'acordo injusto'
Xi Jinping propõe colaboração com a UE para fortalecer laços e enfrentar desafios globais. Comentários surgem em meio a tensões comerciais com os EUA e oportunidade para diálogos sobre economia e comércio.
Xi Jinping, líder da China, anunciou que seu país está disposto a colaborar com a União Europeia (UE) para expandir a abertura mútua e tratar de diferenças, conforme relatado pela agência Xinhua.
Os comentários foram feitos durante a comemoração do 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a UE, em um contexto de incertezas no comércio global devido às tarifas dos EUA.
No Parlamento Europeu, o chefe de comércio Maros Sefcovic afirmou que muitos países estão ansiosos para acelerar negociações de acordos de livre comércio com a UE. Apesar de não mencionar os EUA, Xi ressaltou a importância de relações saudáveis e estáveis com a Europa.
Xi pediu à UE que se una para promover a equidade e a justiça no comércio global, e se oponha ao bullying unilateral. Ele também manifestou interesse em receber visitas de líderes europeus para novas rodadas de reuniões.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, anunciou diálogos de alto nível sobre estratégia, economia, e comércio, além de um desenvolvimento verde e digitalização ainda este ano.
A China decidiu suspender as sanções contra membros do Parlamento Europeu, que foram impostas em 2021, em um gesto de cooperação. Lin destacou a necessidade de fortalecer o diálogo e colaboração entre os dois lados.
A UE, por sua vez, reafirmou que não se sente pressionada a aceitar um acordo comercial desvantajoso com os EUA. Sefcovic indicou que está preparado para reequilibrar relações comerciais, caso as negociações falhem.
O comissário mencionou que as tarifas dos EUA cobrem atualmente 70% do comércio de bens da UE com o país, podendo aumentar para 97%. A UE também está focando nas negociações com outros parceiros comerciais como Índia, Indonésia, Filipinas, Tailândia, e Malásia.
A UE suspendeu contramedidas contra tarifas dos EUA sobre metais para facilitar negociações, embora o progresso tenha sido limitado.